Promotor do GP Brasil ameaça processar F1 por cancelamento
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Foto: Governo de São Paulo |
Nos últimos dias o promotor do GP do Brasil está em contato com advogados europeus para avaliar uma forma de acionar a Fórmula 1 na Justiça. Segundo Rohonyi, os responsáveis pelo GP do México também estão interessados em recorrer da decisão e existe a possibilidade de se realizar uma ação conjunta e cobrar uma multa. Procurada pelo Estadão, a Fórmula 1 não retornou o contato.
O cancelamento do GP do Brasil foi antecipado pelo Estadão em 8 de julho. A reportagem apurou que, apesar do comunicado oficial da Fórmula 1 ter sido divulgado só na sexta-feira, a informação sobre a exclusão da prova já havia sido enviada a governantes brasileiros e à própria organização do GP. Para Rohonyi, a Fórmula 1 o tratou de forma desrespeitosa e demorou demais em oficializar o cancelamento porque esperou conseguir marcar outras provas substitutas no calendário, como em Portugal e na Alemanha.
"Eu fico chateado, óbvio, é que a impressão que se dá é que eles sabiam desde março sobre esse problema do cancelamento. Eles esperaram até o último minuto para comunicar somente alguns meses antes do evento. A impressão que se dá é que esperaram até última hora só para confirmar se conseguiriam fazer essas outras corridas de emergência", disse. "Fica preocupante o procedimento e atitude deles, pelo pouco caso com que tratam os promotores", afirmou.
Na opinião do promotor, o Brasil teria condições de receber a prova em novembro por ter estabelecido para competições locais um protocolo de segurança e pelo governos estadual e municipal preverem uma melhora na situação da pandemia nos próximos meses.
Questionado sobre qual o motivo para o cancelamento da prova, Rohonyi avalia que foi por fatores econômicos. O custo de transporte dos equipamentos se tornou mais caro durante a pandemia e, por isso, boa parte das provas confirmadas até o momento serão somente na Europa. Para esses destinos, as equipes conseguem se locomover com os próprios caminhões e dispensam o pagamento de fretes aéreos e até marítimos.
GP de 2021
A etapa paulistana tinha contrato com a Fórmula 1 para receber o GP do
Brasil somente até o fim deste ano. Agora, para 2021, será preciso
renovar e conseguir fechar um acordo principalmente sobre o pagamento da
taxa de promoção. O intuito é convencer a categoria a aceitar o valor
anual de cerca de R$ 100 milhões (US$ 20 milhões). A cifra é inferior á
paga na média pelas demais etapas, estimada em R$ 182 milhões anuais
(US$ 35 milhões).
Mesmo com críticas à decisão da Fórmula 1 e com o firme propósito de
acionar a Justiça, Rohonyi descarta que isso possa atrapalhar o ambiente
na negociação com a categoria. O promotor cita, inclusive, já ter
recebido na sua própria casa em ocasiões anteriores o chefe da F-1,
Chase Carey, e manter com ele uma boa relação.
"O que eu aprendi com o Chase Carey, é que ele é muito frio e
profissional. Ele não vai misturar as situações. A negociação continua e
avançou muito bem. Eu acho ainda que ele vai chegar à conclusão que a
ideia de correr no Rio é uma fantasia", disse. Porém, o promotor do GP
do Brasil descartou desta vez estabelecer um prazo para o desfecho do
acordo. "Todas as negociações que ele (Chase Carey) fez até hoje, foram
fechadas no último minuto", comentou.
Como o Estadão publicou em 30 de junho, a candidatura do Rio
encaminhou um acordo com a Fórmula 1 para receber o GP a partir de 2021.
A proposta é de repassar à categoria cerca de R$ 340 milhões anuais
entre taxa de promoção e receita com a venda de ingressos VIPs.

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