Empresas lideradas por mulheres negras são as mais atingidas pela pandemia
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Mulheres negras administradoras de empresas |


O levantamento, feito em parceria com a Fundação Getulio Vargas, revela ainda que os pequenos negócios liderados por esse grupo representam a maior proporção entre as empresas que ainda permanecem com a atividade interrompida.
A pesquisa ouviu 6.470 donos de pequenos negócios de todos os estados e do Distrito Federal, entre os dias 25 e 30 de junho. Os dados mostram que enquanto 36% das empreendedoras negras estão com a atividade interrompida temporariamente, essa proporção cai para 29% entre as empresárias brancas e 24% entre os homens brancos (entre os homens negros, a proporção é de 30%).
De acordo com o Sebrae, a dificuldade enfrentada pelas mulheres negras para manter suas atividades é explicada, em parte, pelo fato de que seus negócios só conseguem operar de forma presencial (27%). Entre as mulheres brancas, a proporção cai para 21% e entre os empreendedores brancos, o segmento representa 20% (entre os empresários negros, o percentual é de 25%).
Crédito
Considerando o acesso a crédito, segundo o levantamento, 58% daquelas
que pediram empréstimo tiveram o crédito recusado. Ao analisar as
razões apresentadas pelas instituições financeiras para a recusa, as
mulheres negras apresentaram a maior proporção de CPF negativado (25%),
ante 24% dos empresários negros, 17% de mulheres brancas e 15% de homens
brancos.
As mulheres empreendedoras negras também apresentam uma proporção
mais elevada de dívidas em atraso do que as mulheres brancas à frente de
um negócio. Enquanto 45% das empresárias negras enfrentam tal
situação, essa é a realidade de 36% das mulheres brancas.
A pesquisa ainda revelou que as empresárias negras são as que menos
têm negócios com empregados em regime de CLT (29%), elas são as que
demitiram maior número médio de empregados (três, em média). O estudo
também mostrou que as mulheres negras à frente de uma empresa têm a
maior proporção de negócios que recorreram à redução de jornada e
salários (29%).
De acordo com o Sebrae, o levantamento mostrou que a proporção dos
empresários que já tomaram a decisão definitiva de fechar ainda é baixa.
Mas, pela amostra pesquisada, esta foi uma opção mais adotada entre as
empreendedoras negras. Já desistiram de continuar em atividade 5% das
mulheres negras donas de negócio, ante 4% no caso das mulheres brancas e
homens brancos e 3% no caso dos homens negros.
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