Temor de contaminação por Covid-19 leva solteiros da França a reatar antigos relacionamentos
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Casais em Paris |
Que o coronavírus modificou o modo de vida das pessoas, não é novidade. Mas, ao que parece, os relacionamentos amorosos também ganharam novos formatos devido à crise sanitária.
O Instituto Francês de Opinião Pública* pesquisou o impacto da Covid-19 na sexualidade dos solteiros. Os resultados do estudo, divulgados na segunda-feira (3) mostram uma preferência de relacionamentos com pessoas já conhecidas ao invés de novos encontros.
Entre todos os solteiros entrevistados, 29% tiveram ao menos uma relação sexual nos meses seguintes ao lockdown na França. Para 25%, essa relação ocorreu com uma pessoa conhecida, seja ex-namorados ou parceiros ocasionais. Do lado inverso, entre 5% e 6% dos solteiros tiveram uma relação sexual com alguém que conheceram depois de 11 de maio – quando as medidas de quarentena começaram a ser relaxadas na França.
“É uma espécie de sexo seguro. Os solteiros têm impressão de estarem mais sujeito aos riscos. Por isso estão em uma lógica de segurança sexual e satisfação”, explicou François Kraus, diretor do polo “Gênero Sexualidade e Saúde Sexual” do Ifop ao jornal Le Parisien.
“É mais difícil conhecer pessoas como antes”
Segundo
o especialista, há duas explicações. A primeira é que a possibilidade
de encontrar novos parceiros diminuiu com o confinamento e o fechamento de locais como boates, que não puderam reabrir até agora.
Por isso, 57% dos solteiros afirmam que “atualmente é mais difícil
conhecer pessoas como antes”. Não por acaso, as festas em casa se
tornaram comuns, aumentando mais ainda a possibilidade de
relacionamentos em um círculo de pessoas já conhecidas.
Outra
explicação diz respeito à recusa de manter relações sexuais com
indivíduos contaminados ou expostos ao coronavírus. Segundo o estudo,
62% dos solteiros entrevistados rejeitam sair com um potencial parceiro
caso ele tenha sido infectado. Essa percentagem sobe a 64% para as
pessoas que trabalham em setores mais expostos ao vírus, como
profissionais da saúde, vendas ou transportes.
Diante dos riscos
da pandemia, as mulheres seriam mais cuidadosas na escolha de
pretendentes, ressalta Kraus. “É um dos sinais deste novo tipo de stigma
sexual que tende a durar”, analisa o especialista. “A atividade sexual
dos solteitos é como a atividade econômica. Desde o fim do confinamento,
ela foi retomada progressivamente, mas não no mesmo ritmo de antes”,
conclui.
* O estudo foi realizado pelo Ifop para o site Pornhub entre os dias 9 e 12 de junho de 2020 junto a uma amostra de 3.018 pessoas, representativa da população francesa, com idades a partir de 18 anos.
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