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Flora e Fauna |
A atividade humana e sua sociedade de consumo degradou também três quartos das terras e 40% dos oceanos. De concreto, o desmatamento e a expansão agrícola são os maiores responsáveis para explicar o desaparecimento de 68% dos vertebrados entre 1970 e 2016, informou a 13ª edição do Índice Planeta Vivo publicado nesta quarta-feira.
O relatório, elaborado a cada dois anos pela WWF Internacional em colaboração com a Zoological Society de Londres, alerta também para o risco de epidemias futuras, à medida que o homem estende sua presença e entra em contato com animais selvagens.
“Durante 30 anos, estamos seguindo neste queda (da biodiversidade), que se acelera. Continuamos indo na direção errada”, declarou à AFP o diretor-geral da WWF, Marco Lambertini.
“Em 2016, documentamos uma diminuição de 60%, agora 70%”, um lapso que representa “um abrir e fechar de olhos se comparado com os milhões de anos de vida de muitas espécies neste planeta”, analisou Lambertini.
– Queda “avassaladora” –
A principal causa desta perda de biodiversidade é a modificação das
terras, especialmente quando a indústria converte os bosques em fazendas
ou explorações agrícolas, destruindo o habitat dos animais selvagens. A
isso, somam-se as espécies invasivas e a contaminação.
No total, um terço da superfície terrestre e três quartos dos
recursos de água doce são dedicados à produção de alimentos. Nos
oceanos, 75% das reservas de peixes sofrem com sobrepesca.
Embora global, o problema é mais acentuado em determinadas regiões.
Nas regiões tropicais das Américas Central e do Sul a perda é quase
absoluta, alcançando 94%, especialmente para anfíbios, répteis e peixes,
devido a um “coquetel” de fatores, como o uso exagerado e o
desenvolvimento da energia hidroelétrica, que “impacta de forma severa
as populações” de peixes e representa “uma ameaça ainda maior no
futuro”.
O Índice alerta também que doenças são o principal perigo para os
anfíbios. No Panamá, por exemplo, o fungo responsável pela
quitridiomicose (uma doença infecciosa) causou uma enorme mortalidade,
provocando o desaparecimento de 30 espécies.
“É assustador. Um indicador de nosso impacto sobre a natureza”, lamentou Lambertini.
O novo Índice foi publicado em conjunto com um estudo elaborado por mais de 40 instituições acadêmicas e ONGs que enumera as maneiras de frear e reverter as perdas provocadas pela ação do homem.
A pesquisa, publicada pela revista Nature, conclui que reduzir o
desperdício de alimentos e favorecer dietas mais saudáveis e mais
favoráveis ao meio ambiente poderia conter a degradação.
Combinadas com um esforço radical de conservação, estas medidas
poderiam evitar mais de dois terços das futuras perdas em
biodiversidade, calculam os autores.
“Devemos atuar agora. O ritmo de recuperação é geralmente muito mais
lento” do que as perdas, informou David Leclere, autor principal do
estudo e pesquisador do International Institute of Applied System
Analysis, da Áustria.
“Se demorarmos, haverá mais perdas e serão necessárias décadas para
recuperá-las”, continuou Leclere, admitindo, porém, que algumas perdas
são “irreversíveis” caso uma espécie tenha sido extinta, por exemplo.
Lambertini explicou que, assim como a mudança climática, as
sociedades estão cada vez mais sensibilizadas com o vínculo entre o
estado do planeta e a saúde humana.
“Antes, as pessoas ficavam tristes por causa da degradação da natureza, agora começam a ficar preocupadas”.
“Ainda temos um dever moral de co-existir com a vida no planeta, mas
agora também se leva em consideração os impactos em nossa sociedade,
nossa economia e, consequentemente, em nossa saúde”, concluiu.
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