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Ilustração |
Na visão de cientistas, o anúncio da agência espacial americana é a primeira confirmação de indícios já levantados por pesquisadores desde a década passada.
O que apontam os estudos:
- Nasa diz que moléculas de água foram achadas presas em grãos de minerais
- As moléculas foram encontradas na face iluminada da Lua
- Estudo da Nasa é apontado como primeira "prova química" da existência de água
- Em outra pesquisa, a Universidade do Colorado analisou microcrateras nos polos da superfície lunar e diz que elas têm potencial para abrigar pequenas porções de água congelada
- A área das microcrateras tem 40 mil km², está em sombra permanente e a temperatura no local é de -163ºC
- Chegada da água à Lua tem entre as hipóteses: cometas, asteróides, poeira interplanetária e até gases de erupções vulcânicas
Prova química na pesquisa da Nasa
A primeira pesquisa foi conduzida pela Nasa, que relatou ter localizado
moléculas de água presas em grãos minerais. A descoberta foi feita na
face da Lua que recebe a iluminação do Sol e foi apontada como a "prova química" da existência de água na superfície lunar.
Casey Honniball, pesquisadora da Nasa e principal autora do estudo, destaca que a detecção feita em sua pesquisa não é de água em forma de gelo.
"São apenas as moléculas de água – porque estão tão espalhadas que não interagem umas com as outras para formar gelo ou estar na forma líquida" - Casey Honniball, pesquisadora da Nasa".
Os pesquisadores usaram dados do observatório Sofia, uma aeronave
Boeing 747SP modificada para carregar um telescópio capaz de mostrar uma
visão mais ampla do sistema solar e do universo.
O observatório detectou moléculas de água na Cratera Clavius, uma das
maiores visíveis da Terra. Segundo o estudo, trata-se da primeira vez em
que um grupo de pesquisadores foi capaz de diferenciar a molécula H2O
(a fórmula química da água) de outro composto químico (hidroxila, OH).
Possibilidade de água na pesquisa do Colorado
O segundo estudo foi conduzido pelo departamento de astrofísica da
Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, o
trabalho revela a existência de uma multidão de microcrateras na área
da Lua que não recebe a luz do Sol. Os pesquisadores afirmam que, no
fundo dessas microcrateras, há a possibilidade de haver água congelada.
"Imagine-se na Lua, perto de um de seus polos: você veria uma miríade
de pequenas sombras que preenchem a superfície; a maioria delas são
menores do que uma moeda. Cada uma seria extremamente fria, o suficiente
para conter gelo", descreve Paul Hayne, pesquisador da Universidade do
Colorado.
"Nossos resultados sugerem que a água pode ser muito mais espalhada nas
regiões polares da Lua do que se pensava anteriormente, tornando-a mais
fácil de acessar, extrair e analisar", afirma o pesquisador da
Universidade do Colorado.
A equipe da Universidade do Colorado usou dados de dois instrumentos do
orbitador de reconhecimento lunar da NASA, o LRO. Combinando os dados
com modelos 3D, eles conseguiram reproduzir o tamanho e a distribuição
das sombras, em escalas menores que um milímetro.
Suspeitas confirmadas
Analisando o estudo da Nasa, o astrônomo Cássio Barbosa explica que o anúncio "é uma confirmação direta da existência de água na lua", sobre a qual já existiam suspeitas.
"Os métodos anteriores davam margem a dúvidas, ainda que pequenas. Esse resultado é muito mais robusto" - Cássio Barbosa, astrônomo.
De acordo com Cássio, a descoberta é estratégica: ela pode ser útil
para a colonização da Lua. "A água pode ser usada para abastecer as
estações espaciais, mas também pode ser decomposta em hidrogênio e
oxigênio. O hidrogênio, quando queima, libera muita energia e pode
servir de combustível. Já o oxigênio servirá para manter a atmosfera
dessa base lunar", disse Cássio. }
A água encontrada na Lua foi vista como um recurso potencial pela Nasa, que atualmente desenvolve, desde 2019, o programa Artemis para enviar astronautas americanos de volta à Lua nos próximos anos.
Transportar água para o espaço custa milhares de dólares por galão. A
expectativa com essas e outras futuras descobertas é que elas apontem um
caminho viável para que novos exploradores possam usar a água lunar não
apenas para matar a sede, mas também para reabastecer seus foguetes.
Sem uma atmosfera capaz de proteger o solo dos raios do Sol, os
cientistas supunham que a superfície da Lua estava seca até os anos
1990. Na década passada, contudo, uma espaçonave em órbita encontrou
indícios de gelo em crateras grandes e inacessíveis perto dos polos
lunares.
O primeiro passo na confirmação da existência de água na Lua ocorreu em
2008, quando pesquisadores descobriram moléculas de água dentro do
magma trazido por astronautas das missões Apolo.
Depois isso, em 2009, imagens da espaçonave Chandrayaan-1, da Índia,
registraram assinaturas consistentes de reflexos de água na luz na
superfície da Lua.
Mesmo assim, as limitações técnicas tornaram impossível saber se
realmente era água ou moléculas de hidroxila (que são formadas por um
átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio) em minerais.
Em 2017, cientistas da Universidade de Brown (Estados Unidos)
publicaram um estudo na revista Nature na qual afirmavam que, usando
espectômetros, conseguiram ver indícios do líquido preso no interior de
rochas através da análise do comportamento da luz refletida pela Lua.
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Fonte G1
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